sábado, 13 de setembro de 2008

NOVAS MÍDIAS

COSTA, Caio Túlio de.
“Por que a nova mídia é revolucionária”.
Líbero IX, n° 16, dez 2006, pp. 19-30.


TESE:
A “velha mídia” (veículos tradicionais) desconhece, ignora, despreza ou não sabe usar a “nova mídia”.

SIMPLES RECEPTÁCULO:
Para a grande maioria dos veículos tradicionais, “a nova mídia é apenas um receptáculo dos diversos conteúdos da nova mídia”.

SIMPLES TRANSPOSIÇÃO:
“Quando um produto da mídia tradicional é transposto para a nova, acontece exatamente isso: ele é simplesmente transposto, automaticamente replicado.”

DESPREZO:
“O ambiente de interação e de inter-relacionamento é desprezado, e a nova mídia é usada para prosseguir no caminho da unilateralidade e unidirecionalidade.”

TUDO CONTINUA IGUAL, OU QUASE:
“Há o emissor e há o receptor. O emissor constrói o conteúdo, o receptor absorve e se mantém passivo. (...) No máximo, os conteúdos ganham algum complemento e mais extensão. (...) Podem ganhar também uma ferramenta de busca.”

TRANSFERÊNCIA MECÂNICA:
“Os assuntos são transferidos mecanicamente para as telas, sem preocupação com a nova plataforma nem com o principal: o jeito pelo qual o consumidor aprendeu a interagir com a nova mídia.”

INDÚSTRIA DA MÍDIA ESTÁ ENGATINHANDO:
“Quem não se levantar para andar vai perder a corrida.”

NOVO MODELO DE COMUNICAÇÃO:
“(...) as novas mídias viraram de ponta cabeça a comunicação.”
“(...) As ferramentas de interação dão o tom.”
Novo modelo vs. modelo clássico.

A GRANDE NOVIDADE:
“novos valores”
“possibilidades interativas”
“(...) exige que se compartilhe o poder da comunicação com o consumidor.”

QUESTÃO DOS JORNAIS:
A indústria do jornal “não está condenada a morrer, mas está destinada a parar de crescer, da maneira como sempre cresceu, a não ser que domine a plataforma da nova mídia, caso contrário, alguém lhe toma o lugar”.

MAIS SOBRE A INCOMPREENSÃO:
“(...) quanto mais se tenta amarrar os conteúdos na rede, mais as pessoas encontram meios de escapar.”
“incompreensão de como funciona a rede”, “das novas regras”
“falta de entendimento sobre as profundas e constantes mudanças”

UM NOVO CONSUMIDOR:
“E o consumidor já decidiu: usa a nova mídia confortavelmente, tanto nos bons quanto nos maus momentos.”

SÃO PAULO, 15/5/2006:
“(...) o celular, a ‘arma’ que permitiu parar a cidade desde os presídios de onde vieram as ordens do PCC.”

ESPANHA, 11/9/2004:
“Pelo celular e pelo computador, via e-mail, os espanhóis derrubaram a mentira e, em seguida, derrotaram o favorito Aznar nas eleições gerais, levando a Espanha a retirar suas tropas do Iraque.”

HABERMAS:
Ele pergunta: “Será que na nossa sociedade midiática não ocorre uma nova mudança estrutural da esfera pública?”
Ele diz: “A reorientação da comunicação, da imprensa e do jornalismo escrito para a televisão e a internet conduziu a uma ampliação insuspeitada da esfera pública midiática e a uma condensação ímpar das redes de comunicação”.

JORNALISMO SEM JORNALISTAS?
“(...) web aposta na participação ativa do usuário comum, o não-profissional, na produção de notícia e de informação.”

NOVO PARADIGMA:
“A mudança de paradigma não está mais no ar, está na rede. Chamado de internauta repórter, repórter-cidadão ou jornalista-cidadão (“citizen journalist”), sua constituição provocou reações da velha mídia...”

CASO DA “NEW YORKER” (2005):
“Tentava sacramentar, com preconceito, que o conteúdo do jornalista cidadão soará familiar somente aos adeptos de boletins de igreja ou de jornais comunitários.”

PODER DO INTERNAUTA NA CONSTRUÇÃO DE CONTEÚDOS:
“A velha mídia começava a se incomodar para valer com o sucesso de sites colaborativos, como o coreano Oh My News, o americano Backfence e mesmo a Wikipedia, o You Tube e o My Space.”

CONTRA AS CRÍTICAS:
“(...) palavreado ortodoxo desconhece que, por mais virtual que seja o relacionamento em rede, a mesma rede proporciona, de forma inequívoca, a possibilidade de a comunicação ser bidirecional e instantânea. (...) o ciberespaço é bidirecional, interativo e instantâneo.”

“COMUNICAÇÃO PERVASIVA”:
“(...) uma outra forma de comunicação, que não será apenas interativa. Ela será ‘pervasiva’, (...) presente em tudo, difundido em todas as partes, algo que está em todo lugar. O celular aponta esse destino”.

NOVOS ATORES:
“(...) a velha mídia e com ela o seus profissionais de comunicação não são mais os atores principais e determinantes no espetáculo da comunicação. (...) Agora apareceram uns atores pequeninos que são, ao mesmo tempo, incontáveis. (...) Esses atores são os internautas.”

FIM DO MONOPÓLIO DE MANIPULAÇÃO:
“O público não precisa mais ser passivo. Ganhou ferramentas capazes de dar-lhe exposição local, regional, nacional e até mundial. Deixou de ser mero espectador, de ser destinatário. Participa.”

PERDA DE PODER:
“As velhas mídias e os velhos intelectuais (...) talvez reajam tão fortemente às novas mídias porque perceberam a inevitável perda do monopólio da manipulação, ou, mais simplesmente, a perda de poder.”

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