Agenda setting
Espiral do silêncio
Newsmaking
A mídia cria a opinião pública?
Filme: "O Quarto Poder" (Mad City)
Em Madeline, Califórnia, um repórter de televisão (Dustin Hoffman) que está em baixa, mas já foi um profissional respeitado de uma grande rede, está fazendo uma cobertura sem importância em um museu de história natural quando testemunha um segurança demitido (John Travolta) pedir seu emprego de volta e, não sendo atendido, ameaçar a diretora da instituição com uma espingarda. Ele nada faz com ela, mas acidentalmente fere com um disparo acidental um antigo colega de trabalho. O repórter, de dentro do museu, consegue se comunicar com uma estagiária que está em uma caminhonete nas proximidades, antes de ser descoberto pelo ex-segurança, que agora fez vários reféns, inclusive um grupo de crianças que visitavam o museu. Em pouco tempo um pedido de emprego e um tiro acidental se propagam de forma geométrica, atraindo a atenção de todo o país. O repórter convence ao segurança que este lhe dê uma matéria exclusiva e promete em troca comover a opinião pública com a triste história do guarda desempregado. É a sua chance de se projetar e voltar para Nova York, mas nem tudo acontece como o planejado. Os fatos são manipulados pela imprensa e tudo sai do controle, pois apenas altos salários e índices de audiência contam e a verdade não é tão importante assim.
Fonte:
Teoria da Separação dos Poderes
Obra-prima: O Espírito das Leis
Ignacio Ramonet:
“Na realidade, o primeiro poder é hoje
claramente exercido pela economia. O segundo (cuja imbricação com o primeiro se
mostra muito forte) é certamente midiático – instrumento de influência, de ação
e de decisão incontestável – de modo que o poder político só vem em terceiro
lugar.” (A tirania da comunicação, p. 40).
AGENDA SETTING
Melhor: Hipótese do Agendamento.
Formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw, dos Estados Unidos, a partir dos anos 1960. Diz que a mídia determina a pauta (em inglês, agenda) para a opinião pública ao destacar determinados temas e preterir ofuscar ou ignorar outros tantos.
Bernardo Kucinski:
“A função ideológica dos meios de comunicação de massa é
exercida em geral por meio da determinação da agenda de discussão; as classes
dominantes e frações dessas classes sabem que a mídia tem grande capacidade de
definir o que é discutido num determinado momento pela comunidade e em que
termos se deve dar a discussão.” (Jornalismo na era virtual, p. 40).
“A teoria da espiral do silêncio, proposta por Elisabeth Noelle-Neumann, parte do pressuposto de que as pessoas em geral têm medo de se sentirem isoladas em relação à opinião majoritária, advindo a tendência de silenciar sobre suas opiniões se elas não coincidirem com a opinião majoritária, que em grande parte é determinada pelas mídias (agenda setting).”
(ANPEd – GT EDUCAÇÃO & COMUNICAÇÃO. Disponível em: http://www.faced.ufba.br/anped/ra96/toshi.htm)
Esta hipótese é freqüentemente observada em sala de aula, onde alguns alunos
monopolizam as discussões , muitas vezes coincidentes com a opinião do
professor, que é o agente que se apresenta com maior competência específica do
assunto, levando ao progressivo silenciamento dos que possuem opiniões
contrárias.
Surge daí o alerta ao professor no sentido de que ouça a
pluralidade e diversidade de vozes existentes na sala de aula. Este é um espaço
privilegiado de rompimento da espiral do silêncio. É um dever ético do professor
propiciar este diálogo (...) Cabe a ele reconhecer o aluno como receptor vivo,
múltiplo, concreto, e sobretudo , social e construtor do sentido das mensagens
presentes na sala de aula.
O modelo de professor que sabe tudo e de
aluno como tábula rasa não coaduna com o entendimento da recepção como espaço,
como lugar novo, onde se pode rever e repensar o processo inteiro da
comunicação. No dizer de Barbero, “um lugar novo, onde podemos rever e pensar o
processo de comunicação em nossos países , em nossas culturas e em nossa
sociedade”, e completo: em nossas escolas.
Por quê? Como?
Quem decide?
Com que critérios?